domingo, 20 de junho de 2010

Pré-sal anima litoral do Paraná .



Encomendas da indústria petroleira podem reativar dois estaleiros em Pontal e criar um novo em Antonina. Multinacional norueguesa já anunciou unidade de R$ 100 milhões na região.

A existência de petróleo na camada pré-sal do mar territorial do Paraná ainda não passa de hipótese, mas pelo menos um município do Litoral está próximo de sair ganhando com o esperado “boom” da indústria petroleira. Em Pontal do Paraná, dois antigos estaleiros podem ser reativados para a montagem de plataformas de exploração de petróleo, gerando cerca de 4 mil empregos diretos, pelas contas da prefeitura. Ainda em Pontal, uma multinacional norueguesa já anunciou investimento de R$ 100 milhões para a construção de uma unidade de soldagem de tubos de aço que, quando pronta, vai empregar cerca de 600 trabalhadores e garantir ao município impostos de R$ 6,5 milhões por ano, o que significará um incremento de quase 20% na arrecadação tributária. E, segundo a Secretaria Es­­tadual de Indústria e Comércio, uma “empresa europeia” estaria estudando construir um estaleiro em Antonina, também na Baía de Paranaguá. A razão para o interesse no Litoral paranaense está na proximidade com os grandes blocos da Bacia de Santos, que vem se mostrando a mais promissora nas prospecções do pré-sal. Um dos projetos mais adiantados é o do “Parque de Construção Submarina” que a norueguesa Subsea 7 promete erguer em Pontal do Paraná assim que receber a autorização do Ins­tituto Ambiental do Paraná (IAP). A empresa deu entrada no processo de licenciamento em novembro, e no próximo dia 30 realiza a audiência pública para discutir o Estudo e Re­­la­­tório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do projeto.

Especializada em engenharia submarina, a Subsea 7 está no Brasil há 15 anos e já fornece boa parte de sua produção à Petrobras. A unidade de Pontal vai funcionar como “base de soldagem”: vai “colar” tubos rígidos de aço uns aos outros, formando tubulações flexíveis de mais de mil metros de extensão que, “enroladas”, serão transportadas até os campos petrolíferos. Segundo a empresa, suas atividades vão gerar cerca de R$ 3,8 milhões por ano em Imposto Sobre Serviços (ISS), um tributo municipal, e R$ 10,8 milhões anuais em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), dos quais 25% ficarão com o município e 75%, com o estado.

Estaleiros

Outro projeto bem encaminhado é o da italiana Techint, que pretende reativar o estaleiro que tem na localidade de Ponta do Poço, também em Pontal. No início de abril, a empresa pediu ao IAP a renovação, pelos próximos três anos, da licença de instalação do empreendimento – um investimento que “passa de bilhão de reais”, segundo afirmou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Aberto nos anos 80, o estaleiro ficou parado por cerca de 20 anos e voltou a ser usado entre 2004 e 2006, durante a construção de uma “jaqueta” – estrutura de sustentação de plataformas submarinas – de 6,3 mil toneladas. O projeto consumiu R$ 276 milhões e, no auge, chegou a empregar 1,2 mil pessoas.

“Desta vez será diferente”, diz o prefeito de Pontal, Rudisney Gimenes. “O canteiro da Techint será permanente. Isso vai permitir ao município investir mais em qualificação e capacitação de seus habitantes. Já estamos buscando recursos no Ministério do Trabalho, para capacitar cerca de mil pessoas.” Segundo Gimenes, com a vinda de empresas interessadas no fornecimento de equipamentos para o pré-sal, o município de 18 mil habitantes poderá reviver o auge de seus estaleiros, na década de 80. “Naquela época, tinha mais de 5 mil homens trabalhando aqui. Isso muda toda a economia, a cidade deixa de depender apenas de turismo.”

O prefeito garante que outro antigo estaleiro da cidade, o da Odebrecht, também está prestes a voltar à ativa. Embora a empresa afirme que “a informação não procede”, Gimenes diz que até já assinou carta de intenções com ela. “A prefeitura cedeu a área para a Odebrecht construir o alojamento de trabalhadores, que daqui a alguns anos será doado à prefeitura”, diz. O secretário de estado da Indústria e Comércio, Virgílio Moreira Filho, também já declarou ter conversado com a empresa sobre o assunto. E, se­­gundo o secretário, uma “empresa europeia” estuda a possibilidade de construir um estaleiro em Antonina. “Mas não podemos citar nomes porque não há nada fechado”, explica.

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