domingo, 5 de setembro de 2010

Pra quem gosta ...

Sarney e Lula: A união da velha direita com a emergente nova direita

A nova direita que nasce da velha esquerda

Os números divulgados de pesquisas de opinião dão conta de que salvo um desastre, Dilma Roussef deve mesmo vencer no primeiro turno. É mais do que o suficiente para vários articulistas decretarem o afundamento definitivo da direita brasileira. Comemoram como se a esquerda estivesse no poder realizando seu programa de transformações sociais.
Como nos ensina Chico de Oliveira, a esquerda foi criada para criticar o sistema capitalista, quando perde este potencial ela deixa de ser esquerda. O PT nasceu questionando capitalismo, se apresentando como um novo instrumento politico de luta anticapitalista e assim canalizou a maioria das forças sociais progressistas em um grande pacto de transformações estruturais no país.
Em 1989 estas forças apresentaram a candidatura de Lula como uma alternativa democrático popular ao recém chegado neoliberalismo desregulamentador. Por questões que fogem ao objetivo deste artigo, o candidato fantoche da direita, Fernando Collor de Mello, venceu as eleições e a partir daí inciou um processo de metamorfose interna dentro do PT e de parte das forças sociais e políticas que o apoiavam. Já a partir de 1994 ficava claro as concessões programáticas feitas por Lula, que como o mesmo confessou a Plinio Arruda de Sampaio, hoje candidato a presidente pelo Psol, seu objetivo pessoal era ganhar a eleição a qualquer custo. E ganhou.

O ano de 2003 marcou a posse do primeiro operário presidente do Brasil. É bem verdade que a política de alianças e a conjuntura de refluxo que se apresentava obrigava o governo logo cedo a ceder alguns pontos de seu programa original, mesmo assim a expectativa era que o governo conseguisse lentamente obter reformas de Estado que pudessem reverter o quadro da correlação de forças. Lula ao contrário preferiu um pacto de classes sociais que tinha como hegemônia as várias frações do capital, particularmente o capital financeiro e o agronegócio, e assim garantir a governabilidade sem atacar as estruturas que geram o maior problema brasileiro: a desigualdade social.

Engana-se entretanto quem acha que as elites dominantes brasileiras estão perdendo o sono. Mais uma vez elas se utilizaram de uma estratégia que Gramsci chamou de "transformismo" que em português claro significa cooptação. Parte do movimento sindical e popular, além da intelectualidade progressista e dos partidos de esquerda e centro esquerda aderiram acriticamente ao governo e dão apoio para que o mesmo siga a agenta conservadora, que com Lula não foi interrompida, pelo contrário, teve êxito devido a ausência de uma posição forte que em outros tempos tinha no PT seu principal referencial. Assim nasce com o governo Lula uma expressão nova das políticas de direita (economia neoliberal, veto ao fim do fator previdenciário, contra-reformas da previdencia, sindical e trabalhista, lei de falência, transgênicos, transposição do Rio São Francisco etc), infelizmente canalizado por um bloco histórico heterogênea que tem em seu núcleo a velha esquerda brasileira. Com o tempo é provável que o bloco governista se una a oposição tradicional burguesa, o que obriga urgentemente a esquerda não cooptada a pensar novas alternaticas, para que esta mesma esquerda, socialista e democrática, não seja enterrada de vez, infelizmente pela pá que um dia ela mesmo se utilizou.

Fonte – Adelson Alves Vidal - Licenciado em História, Pós Graduando em História Contemporânea, ex-militante estudantil e assessor de movimentos sociais.

5 comentários:

  1. O "QUARTO PODER" ASSUMIU ÁS RÉDEAS DA CAMPANHA DO SERR.

    Enquanto o PSDB tinha o DEM\UDR como representante da ULTRA DIREITA, a coisa caminhava mais fácil de entender. Ai veio o ***PIG oferecendo serviços completos de assessorias, o PSDB se envaideceu achando que estava tudo dominado da centro-esquerda até a direita.

    Tamanha foi a empolgação que terceirizou a comunicação como os eleitores, passando o "contrato para o PIG" e suas Reginas Duarte.

    Após a ressaca do plano real os Tucanos e seus aliados foram pegos de surpresa pelo "Lulinha paz e amor" que soube entender que os Brasileiros estavam órfãos de políticas sociais.

    A partir daí, a coligação "Perdidos para Sempre" PSDB\PIG\DEM, passaram a usar com toda eficiência do mundo a política do "quanto pior melhor". Alias, o PT tentou usar o "quanto pior melhor" mas nunca obteve sucesso, pois era um partido pequeno e era sempre massacrado no congresso pela bancada governista Tucana.

    O fato é que o PSDB, precisa se livrar do bairrismo Tucano paulista e sair da tutela PIQUISTA. O país precisa de partidos que representem toda a sociedade e não apenas parte dela.

    ***PIG - PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA - Revistas Veja, Época que é da Rede Globo; Jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo(Estadão), O Globo, a Gazeta do Povo...

    Tutuca...o Adelson Alves Vidal, que escreveu esse artigo e militante do PSOL, todo o seu pensamento esta no último paragráfo -grifos seus -.

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  2. A VERDADE SEMPRE ESTA NA INTERNET.


    Plínio, uma candidatura coerente para a esquerda

    Diante da capitulação do governo Lula pelo status quo do poder, a esquerda socialista precisa se rearticular para continuar intervindo na luta pela hegemonia. Plinio Arruda de Sampaio, fundador do PT, ex deputado constituinte e profundo conhecedor das questões agrárias deve ser o candidato a presidência pelo PSOL. No atual e desalentador quadro eleitoral, é Plinio a principal referência para a esquerda socialista.

    Dilma e Serra irão curvar seus programas a lógica matemática dos votos, respresentarão os mesmos grupos econômicos, converterão o debate programático ao marketing despolitizador e resumirão suas propostas no campo da pequena política. As grandes questões nacionais serão colocadas de lado. Nada de debater os problemas estruturais e muito menos falar em socialismo, em geral PT e PSDB representam o mesmo projeto.

    Plínio é a candidatura da contrahegemonia, aquele que irá falar ao povo o que realmente precisa-se fazer para mudar a realidade brasileira, sem medo de desagradar grupos financiadores de campanha. Obviamente suas chances eleitorais são mínimas, mas certamente joga papel importante para evitar a total e absoluta hegemonia da pequena política brasileira que PT e PSDB representam hoje na política brasileira.





    Escrito por Adelson Vidal Alves às 11h39
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  3. Plínio faz sim parte da esquerda,mas não a esquerda que hoje o PT prega ,Plínio faz parte da esquerda como diz o nosso amigo Adelson "NÂO COOPTADA",a esquerda que o PT pregava antes de se aliar com Sarney,Collor,Renan,Temmer,a esquerda do PT de hoje é uma farsa, é uma nova direita como diz o Adelson . e isto está bem claro no texto a esquerda do Plínio com certeza nunca chegará ao poder.Uma curiosidade ,na sua opinião qual esquerda é a verdadeira a do Plínio ou a do Lula?

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  4. A do Lula, pois a esquerda do Plinio, se ganhar não faz a maioria no congresso, para votar as suas leis, torna-se ingovernável, se quiser se manter no poder, torna-se uma Rainha da Inglaterra. Então ele também terá que compor com esses citados por vc, é assim que funciona a nossa Lei, é assim que funciona a Constituição Federal.

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  5. Bom ,como escreve o nosso valoroso Adelson em sua exelente matéria,a esquerda do Lula não existe mais,ela se trata da emergente "nova direita", a esquerda do Lula e do PT foi COOPTADA(associada,unida,atraida) pelos conchavos com a direita coronelista do Sarney visando o poder a qualquer custo ,e
    quem diz isto é um militante do PSOL que entende tudo de direita ,esquerda ,Centro...

    Quem sou eu pra discordar ?

    Não estamos falando de maioria do Congresso estamos falando de ideologias que são deixadas de lado para se chegar ao poder .Portanto o discurso que o Lula e o PT são de esquerda e o Serra e o PSDB são de direita é falso pois quem
    está com Sarney,e Collor de Mello não pode se
    dizer de esquerda ,esse discurso é uma maneira de querer apostar na ignorância das pessoas.

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