quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Caso Celso Daniel .


Em 17/11/2010

No júri do caso Celso Daniel, promotor acusará PT

O Ministério Público quer 12 anos de cadeia, no mínimo, e 30, no máximo, para Marcos Roberto Bispo dos Santos, primeiro réu do caso que apura a morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), que vai a júri popular amanhã, no Fórum de Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo.
A acusação, a cargo do promotor Francisco Cembranelli, vai sustentar aos jurados que o então prefeito de Santo André foi vítima de organização criminosa que se apoderava de recursos da administração e que o dinheiro desviado tinha dois destinos inequívocos: contas pessoais de integrantes do grupo e caixa de campanha do partido.

"É esta a verdade", assevera o promotor. "Havia um grande esquema de corrupção na Prefeitura de Santo André. A morte de Celso Daniel foi encomendada." Daniel foi sequestrado na noite de 18 de janeiro de 2002. Dois dias depois seu corpo, crivado de balas, foi localizado em uma estrada de terra de Itapecerica.

O promotor está convencido de que o petista foi eliminado "por um grupo de bandidos perigosos contratados para ação ousada cujo objetivo era garantir a continuidade de vários crimes contra a administração pública". Cembranelli vai dizer aos jurados que o prefeito "tinha ciência da corrupção e contrataram sua morte quando ameaçou tomar providências".
A tese de repasse de dinheiro de corrupção para o PT faz parte do arsenal de argumentos do promotor. "Está documentado. Existem vários processos em Santo André contra essas pessoas que dilapidaram o patrimônio público, desviavam dinheiro para suas contas pessoais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

EM 13 de outubro de 2005

Brasil — A Polícia Civil de São Paulo encontrou por volta das 14 horas de quarta-feira (12) o corpo de Carlos Delmonte Printes, 55 anos, médico-legista que examinou o corpo do prefeito de Santo André, Celso Daniel (Partido dos Trabalhadores- São Paulo) assassinado em 2002.
Delmonte dizia que o prefeito foi brutalmente torturado antes de ter sido executado. O médico também dizia que a hipótese de a morte de Celso Daniel ter tido origem num crime comum não era plausível.
Durante uma entrevista para o Programa do Jô, em setembro, Delmonte disse que recebeu pressão de políticos, entre os quais o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (Partido dos Trabalhadores- São Paulo), para que concordasse com a hipótese de crime comum. Na ocasião, Delmonte disse: "Eu fui proibido de falar pelo diretor do Instituto Médico Legal. Bem mais tarde, depois que eu comuniquei o fato ao Ministério Público, eles alegaram que era para a minha proteção e em seguida foi decretado segredo de Justiça".

Com a morte do doutor Carlos Delmonte, agora são sete o número de pessoas que morreram e que tinham alguma relação com o caso do assassinato do prefeito de Santo André.
As principais testemunhas que morreram até agora foram:
  1. Dionísio Aquino Severo: morto dentro prisão, em 2002. Para os promotores, ele teria informações sobre o suposto autor intelectual do crime.
  2. Sérgio “Orelha”: forneceu abrigo para Dionísio Aquino Severo. Foi morto a tiros em 2002.
  3. Otávio Mercier: investigador da Polícia Civil. Morreu depois que sua casa foi invadida.
  4. Antonio Palácio de Oliveira: garçom que serviu o prefeito na noite do crime. Ao fugir de uma perseguição sua motocicleta bateu num poste e ele morreu.
  5. Paulo Henrique Brito: a única testemunha da morte do garçom. Foi assassinado 20 dias depois.
  6. Iran Moraes Redua: agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito no local do crime. Assassinado com dois tiros.
  7. Carlos Delmonte Printes: médico-legista que examinou Celso Daniel, encontrado morto na sua casa, na Vila Clementino, zona sul, em 11 de outubro de 2005.


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