Dilma Rousseff fez duas promessas solenes: melhorar a saúde e diminuir impostos. Eleita há quatro dias, a volta da CPMF já está sendo debatida, o que é estupendo.
Anteontem, a presidente eleita negou a possibilidade. Ontem, ouviu em silêncio a enfática defesa que Lula fez da volta do imposto. E, segundo deu para entender, os governadores é que serão convocados para pressionar o Congresso.
Por quê? Dilma terá uma maioria no Parlamento como nunca antes na história deste pais.
O governismo pode impor a CPMF sozinho — como tinha votos, se quisesse, para aprovar a sua prorrogação em 2007. Ocorre que quer meter a oposição no imbróglio. No Congresso, os oposicionistas são dispensáveis. Assim, o jeito de dividir o ônus de mais um imposto é chamar os governadores porque dez deles serão da oposição — 8 tucanos e 2 democratas.
Ontem, Lula e Dilma me decepcionaram um pouco. Eu havia entendido que havia dinheiro sobrando no Orçamento para implantar tudo isso. Mas Lula disse que não. Segundo ele, não tem mágica.
A grana tem de sair de algum lugar. Sempre que essa gente promete o céu sem dizer de onde vem os recursos, das duas uma: a) ou esquece as promessas; b) ou tenta enfiar a mão no nosso bolso.
PS - Bem, não me tomem por ingênuo, sim? É claro que, com ou sem CPMF, não se fará um décimo do prometido. Esse negócio é como as casas de Dilma.
Ela prometeu 1 milhão, entregou 10% e anunciou mais 2 milhões durante a campanha.
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