segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cachorro Quente ,origem e curiosidades.



  Gazeta do Povo em 05/12/2010 .Coluna Sabores.

Resolvi escrever sobre o cachorro-quente por sua simplicidade, sua abrangência mundial, suas inúmeras histórias de origem, mas, sobretudo, por causa de um episódio de entrega na minha casa. O pedido tinha tudo para ser simples. Cinco pessoas pedem cinco cachorros-quente, e a história termina aí. Mas o que aconteceu de fato foi mais ou menos assim: o primeiro pediu o sanduíche com duas salsichas, salada, sem mostarda, com queijo; o segundo com uma salsicha, sem salada, com batata palha, com ketchup, sem mostarda e os três seguintes seguiram no mesmo grau de dificuldade, ou seja, nenhum era igual ao outro. A coitada da atendente do delivery não entendia nada e eu me confundia cada vez que tinha de repetir.
Conclusão: as preferências variam muito e isto acontece em todo o mundo. Cada país, cada estado, cada cidade tem sua receita favorita de hot-dog. E todas parecem ser deliciosas. Aliás, algumas me parecem um pouco esquisitas, como o molho de abacaxi, usado na Colômbia; o abacate, usado no México e no Chile; o chucrute nos Estados Unidos e na Alemanha etc.
Para incrementar o pão com salsicha, os ingredientes mais utilizados são molho agridoce de pepino, mostarda, ketchup, maionese, chili, molho de tomate, batata-palha, queijos, pimentão, cebola, tomate e mais uma infinidade de opões.
Um pão macio é muito importante para o sucesso do cachorro-quente, mas nada se compara à busca da salsicha perfeita. A salsicha mais utilizada é a Frankfur­ter, desenvolvida em 1487 na Alemanha, na cidade homônima. No Brasil temos boas opções, mas incomparáveis com o volume de alternativas existentes nos Estados Unidos, onde a discussão começa no tipo de carne (boi, porco, frango, peru, mistas), tipo de envoltório (tripas de ovelhas, envoltório de celulose ou sem pele) e na forma de preparo (defumadas, curadas ou cozidas).
Tão confuso quanto meu pedido no delivery também são as versões de origem do hot-dog. Por mais que muitas delas nos levem aos Estados Unidos, é mais provável que a salsicha dentro do pão tenha surgido com os alemães, junto com a cultura das salsichas. A história mais difundida conta que Anton Feuchtwanger era um vendedor de salsichas da Bavária, que, na feira de St.Louis em 1904, emprestava a seus fregueses luvas para segurar as salsichas quentes. Como poucos devolviam suas luvas, ele pediu ajuda a seu irmão padeiro para que desenvolvesse pãezinhos que se encaixassem ao formato da salsicha. 

Há também a versão que credita a criação à Charles Feltman, um imigrante alemão que vendia, em 1871, pães de leite com salsicha e chucrute, em Coney Island. E que rapidamente conquistou grande sucesso. Em 1916, Nathan Handwerker, um ex-funcionário de Feltman, resolve entrar no negócio fazendo concorrência a seu antigo empregador, oferecendo hot-dogs pela metade do preço. Esta estratégia não só o colocou no mercado, como até hoje é um dos mais famosos sanduíches dos Estados Unidos (http://nathansfamous.com/Page Fetch), tendo vendido em 2009 360 milhões de unidades. A casa realiza anualmente o campeonato de quem come mais cachorros-quente, cujo recorde aconteceu em 2009, quando Joey Chesnut comeu 68 hot-dogs em dez minutos.
No Brasil o cachorro-quente chegou no início do século passado, tendo seu momento de sucesso na década de 1920 quando Francisco Serrador, pai da Cinelândia, lançou a novidade em seus cinemas.

Curiosidades

Anton Feuchtwanger era um vendedor de salsichas da Bavária, que, na feira de St.Louis em 1904, emprestava a seus fregueses luvas para segurar as salsichas quentes. Como poucos devolviam suas luvas, ele pediu ajuda a seu irmão padeiro para que desenvolvesse pãezinhos que se encaixassem ao formato da salsicha.
O hot-dog mais caro do mundo foi vendido por US$ 69 no restaurante Serendipity, em Nova York, servido com foie gras, trufas negras e caviar.
O maior cachorro-quente tinha 60 metros e foi preparado em 2006 no Akasaka Prince Hotel em Tokyo.
O nome vina, usado por nós, curitibanos, para salsicha, vem dos imigrantes alemães. Vem de Wiener e Wurst, que significa salsicha. Como a pronuncia de Wienerwurst (salsicha de Viena) era praticamente impossível para os não germânicos, aos poucos a salsicha passou a ser chamada apenas de wiener, até chegar a vina.


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