terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Alô, classe operária: o PMDB agora está do seu lado!



A Brasília deste início de governo Dilma tornou-se uma Capital promissora. Tido por fisiológico, o PMDB redescobre o seu passado heróico de resistência.

Nesta terça (4), depois de reunir sua cúpula, o partido anunciou: quer que o salário mínimo seja elevado ao máximo.

Sim, companheiros, isso mesmo: o PMDB ameaça se insurgir contra o mínimo de R$ 540 proposto por Lula e bancado por Dilma.

Línguas maldosas insinuam que o PMDB pega em lanças pelos seus trabalhadores, não pela classe operária. Inverdade, rebate o líder Henrique Eduardo Alves:

"Não tem nada a ver uma coisa [os cargos do segundo escalão] com a outra [o salário mínimo]".

Antes de virar um balé de elefantes –com direito a pas-de-deux do PMDB com o PT— a questão do apoio congressual a Dilma parecia resolvida.

Bem verdade que, ao fatiar a Esplanada, Dilma entregou o miolo da picanha a Lula. Mas cuidou de servir pedaços aos partidos que a rodeiam.

O diabo é que o PMDB se queixa de que os nacos dados ao PT, além de maiores, têm mais gordurinha$ na ponta.

Num instante em que o petismo começava a morder também a carne de segunda, o vice Michel Temer combinou com Dilma um freio de arrumação.

"Nós colocamos ordem nas coisas”, diz Temer. “A ordem é esta: estão suspensas [as nomeações de segundo escalão] enquanto não houver diálogo".

É contra esse pano de fundo espantoso que o PMDB leva à cena o novo espanto: o apoio à bandeira das centrais sindicais, contra o pavilhão do governo.

Com o PT a beliscar-lhe posições que mantém em Furnas, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do grupo de Temer, evoca a Força Sindical.

Recorda que o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, filiado ao mesmo PDT do ministro Carlos Lupi (Trabalho), emendará a proposta do mínimo.

"Se o PDT, que tem o Ministério do Trabalho, vai apresentar emenda para aumentar o salário mínimo para R$ 580, o PMDB tem que, ao menos, pedir R$ 560", diz Cunha.

Preocupada, a presidente Dilma começou a agir. Acionou José Sarney, morubixaba da tribo dos pemedebê e ex-herói da resistência de Lula.

Surgem os primeiros sinais de retrocesso. Na mesma reunião em que delineou a insurreição do salário mínimo, o PMDB deliberou sobre o futuro de Romero Jucá.

O senador Jucá, líder de todos os governos desde a chegada das caravelas de Cabral, foi confirmado no posto. Será o líder de Dilma no Senado.

Ou a CUT reage, convidando Eduardo Cunha para promover piquetes nas portas de fábricas, ou o PMDB logo dará meia-volta. Fonte blog do Josias.

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