quinta-feira, 23 de maio de 2013

A bilionária economia portuária

Gazeta do Povo
Autor: Giovani Ferreira
A nova legislação portuária, que começa a se estabelecer com a aprovação da Medida Provisória 595, na semana passada, não apenas instituí um novo marco legal à atividade no país como abre as portas, ou melhor, os portos do Brasil para o mundo. A matéria ainda precisa percorrer o caminho da sanção, que assim como a votação no Congresso Nacional, não será fácil.
Vetos e emendas vão dar continuidade à polêmica, que envolve o público e o privado e tem mobilizado, como nunca, a ‘indústria’ do lobby. Ou então, para quem assim preferir, dos assuntos regulatórios, normativos e constitucionais. Questão que também tem a ver com soberania, política e econômica, de uma nação em desenvolvimento e que precisa ser preservada.
Também, pudera! Se fosse para traduzir em cifras, somente em exportação e importação, um negócio que faz movimentar em torno de US$ 500 bilhões ao ano, conforme dados da Balança Comercial. Em 2012, foram US$ 242,6 bilhões exportados e outros US$ 226,2 bilhões importados. Isso sem falar dos negócios periféricos, dos serviços demandados a partir dos terminais, dos empregos diretos e indiretos que contribuem sobremaneira para girar essa economia. Uma economia que tem um pouco de todos os outros segmentos que compõem o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, como o comércio, indústria, agricultura e pecuária, o metal-mecânico, os manufaturados, sejam eles produtos acabados ou insumos à produção. De uma maneira ou de outra, todos eles passam pelos portos, chegam ou saem, vem ou vão.
Com raras exceções, de caráter ideológico, a proposta de modernização dos portos me parece unânime. A resistência está em como e com quem fazer a coisa acontecer, a considerar o conflito entre o público e o privado. O novo modelo de gestão interessa a empresas nacionais e multinacionais, a novos e velhos investidores, a quem já atua nessa área ou então quer participar desse novo negócio. Cabe agora à autoridade cedente, no caso o governo, não decidir, mas selecionar os melhores e mais capacitados parceiros para essa operação. Boa parte das regras está na MP e serão incluídas na lei, que por si só fará uma seleção natural, ou legal, das empresas que vão ficar responsáveis pela ‘modernização’ dessas estruturas, em sua maioria obsoletas, ineficientes e sem capacidade para dar vazão e atender a necessidade de uma economia em franco desenvolvimento.
O grande desafio, então, não está mais em delegar, mas em controlar, fiscalizar e dar transparência a todas as variáveis que impactam nessa relação, da concessão à prestação de contas. Destravar os terminais de importação e exportação é dar ritmo à economia e, por consequência, a competitividade da produção brasileira, fora da porteira, na eficiência dos portos e no comércio internacional.
E se tem algum segmento da economia que tende a ser mais beneficiado com essas mudanças, é o agronegócio. Responsável pelo superávit da Balança Comercial por 12 anos consecutivos, em faturamento o setor também representa mais de um terço das exportações brasileiras. 

4 comentários:

  1. Sr. Celso
    Os canalhas de plantão estão roendo as unhas, pois a privatizaçõa portuaria vai tirar dos safados a mordomia de cargos em comissão, como direção dos portos de Antonina e Paranaguá, graças ao bom Deus Antonina podera vislumbrar uma luz no fundo do poço, pois a anos varias pequenas empresas lutam para se instalar aqui no nosso municipio, mas as autoridades locais se fazem de bobos e surdos para que ninguem atrapalhe seus negocios sordidos para beneficio do seu patrão tambem sanguessuga do outro porto.

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  2. A ponta do félix é ponta do félix ou é interportos? ou essa última é apenas uma operadora dentro do porto? de quem é a interportos? e o que faz no porto ponta do félix? alguém saberia explicar?

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    1. Nem ponta do felix , muito menos interportos ! Fortesolo talvez ,ninguém sabe realmente quem são os donos hoje do terminal , uma coisa é certa que há algo de errado e sendo investigado isso é publico.
      Vamos por parte , comprasse um equipamentos MHC novo , e não chega aqui fica em Paranaguá , e manda para cá um MHC velho da fortesolo e pasmem hoje a fortesolo aluga para o teminal a 1000,00 reais a hora trabalhada , miloca por hora ,ISSO MESMO A FORTESOLO ALUGA PARA O TERMINAL , mas aí vocês vão me perguntar mas a fortesolo não é dono do terminal ? Ninguém sabe , ninguém viu o dono ! E o trabalhador só tomando , na mp 595 ! Como falou aquele governador que hoje é senador , que assinou o doc para trabalhar com fertilizantes em Antonina , esse terminal é uma lavagem só !!!

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  3. A princípio a aprovação da MP 595, que deverá ser sancionada pela Presidenta Dilma na próxima semana não vai alterar nada na APPA, entenda-se Portos de Paranaguá e Antonina.
    As concessões portuária(diferente de privatização), valem para novas concessões.
    As concessões são públicas , mas a gestão será privada,
    Os cargos em comissão na APPA, são de responsabilidade do Governo do Estado que os nomeia.
    Para nós Trabalhadores Portuários Avulsos ( arrumadores, estivadores, vigias, consertadores e demais) interessava na lei a garantia do nosso trabalho e isso esta salvaguardado na nova, fruto de acordo dos nossos representantes, com a comissão mista do congresso e o governo federal.
    Luiz Antonio de Souza Estivador - Antonina.

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