segunda-feira, 21 de março de 2011

Equipamento vai monitorar áreas do litoral


Geógrafos da Mineropar poderão analisar deslizamentos e movimentos do solo de maneira mais precisa
Publicado em 21/03/2011 | Isadora Rupp
Um equipamento com tecnologia robótica, construído há seis meses pela empresa curitibana Soft Mapping, vai auxiliar geógrafos da Minérios do Paraná (Mine­ropar), que faz o serviço geológico do estado, a realizar um mapeamento mais preciso dos morros considerados áreas de risco em Antonina, no litoral. A tecnologia foi trazida ao município pela Associação de Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina (Ademadan), organização sem fins lucrativos.
O mini-helicóptero, que é controlado manualmente por um técnico em solo ou por um GPS, sobrevoou no último final de semana os morros afetados e os dois bairros desocupados preventivamente na cidade – Graciosa e Portinho – com uma máquina fotográfica e filmadora acopladas. Cerca de 665 pessoas que moravam na região e estão alojadas em casas de parentes ou em abrigos montados em Antonina. Um plano de vôo com cinco missões foi programado.
As fotos vão ajudar na análise de novas áreas de risco e qual o comportamento dos morros afetados: Laranjeiras, Bom Brinquedo, Graciosa de Cima, Portinho, Tu­cunduva,Caixa D’água, Saivá, Penha e Cruz.
As imagens vão permitir que os geógrafos realizem o georreferenciamento da região. O equipamento se aproxima mais das encostas do que um helicóptero comum. Isso possibilita fornecer detalhes precisos, como o tamanho real dos deslocamentos que estão ocorrendo nos morros. “Poderemos saber quais são de fato as áreas críticas e onde há risco de novos deslizamentos”, explica o geólogo da Mine­ropar Edir Edemir Arioli.
Segundo Arioli, os riscos de novos desabamentos hoje em An­tonina são mais localizados e de extensão menor do que o ocorrido nos morros do bairro Laran­jeira, mas há necessidade da continuidade dos monitoramentos realizados na semana passada pela Mineropar e também pelo Centro de Apoio Científico em Resgate da Universidade Federal do Paraná. O geólogo acredita que, além da construção de casas em morros (que é proibida por lei desde 1973), o volume de chuva e as enxurradas foram muito intensos, fazendo com que a paisagem modificasse o seu equilíbrio, levando aos deslizamentos.
Risco antigo
A Ademadan, cujos projetos são patrocinados pelo programa Petrobrás Ambiental, já havia alertado para as áreas de risco em Antonina, especificamente para o bairro Laranjeira, em um trabalho chamado Ecobairro, executado em 1999. “Mapeamos a fragilidade ambiental e procuramos alguns sinais claros, como rachaduras nas casas. Desde aquela época se sabia que ninguém poderia mais morar na região. Tivemos reuniões com moradores para alerta, mas pouca coisa mudou”, salienta a coordenadora técnica-científica da Ademadan, Eliane Beê Boldrini.
As imagens captadas serão analisadas nesta semana pela Mine­ropar, que vai estudar quais áreas po­­dem ser reabitadas e quais de­­vem ser desocupadas permanentemente. Fonte Gazeta do Povo.

2 comentários:

  1. Tutuca

    o equipamento é interessante, mas é bom frisar que ele não substitui o pé e o olho humano no levantamento das areas de risco da Deitada-a-beira-do-mar...
    Temos que insistir pra que esse levantamento seja feito já, mas com qualidade.
    um abraço

    Jeff Picanço

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  2. Jeff,

    Concordo com você.Devemos agradecer todo e qualquer tipo de ajuda mais as visitas em loco aos locais em situação de risco, por pessoas que tenham o conhecimento de causa,que é seu caso, nos darão maior segurança quanto aos laudos sobre a real situação das áreas interditadas.
    Um abraço .

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