Da Gazeta do Povo.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) criticou nesta quinta-feira (8) o governo e o Congresso Nacional por seguir uma agenda de interesses dos empresários e não defender os projetos favoráveis aos trabalhadores. Em reunião a portas fechadas, em São Paulo, com o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, a diretoria do sindicato reclamou da obstrução na discussão sobre a redução da jornada de trabalho e na ratificação de convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). "Não podemos ficar presos à agenda do empresário", disse Artur Henrique, presidente da CUT.
Entre esta quinta e sexta, os sindicalistas pretendem
discutir estratégias para aumentar a pressão sobre o governo e o parlamento.
"O governo quando quer aprovar a DRU (Desvinculação de Receitas da União)
não faz pressão para aprovar? Quando o governo quer aprovar proposta que
interessa ao governo não vai para cima? Estamos cobrando que o governo faça o
mesmo", disse Henrique.
Não estão descartados paralisações e atos públicos em
2012. "Vamos discutir (nesses dias) mecanismos mais ousados de
mobilização", contou Henrique.
A CUT faz campanha para que o Brasil regulamente as
convenções 151 e 158 da OIT. A primeira normatiza as relações de trabalho na
administração pública e a segunda veda a dispensa do trabalhador de forma
imotivada. "O projeto da convenção 151 está na mesa da dona Gleisi Hoffmann",
cobrou o sindicalista. "Falei sobre isso na primeira reunião que tive com
ela", contou o dirigente, ao se referir ao encontro de agosto com a
ministra-chefe da Casa
Civil. "O governo foi pautado pelo mercado
(financeiro)", acusou.
A principal central sindical do País acredita que há
espaço na agenda para aprovar as medidas ainda no primeiro semestre de 2012,
mesmo sendo ano eleitoral, quando os partidos se voltam para as campanhas
eleitorais. O sindicalista, que encerrará seu mandato à frente da entidade no
próximo ano, afirma que não pretende abandonar as bandeiras da central em 2012
para se candidatar à Prefeitura de Campinas, como se discute nos bastidores do
PT. "Faz 12 anos que me mudei de Campinas para São Paulo. Estou fora da
realidade da cidade", justificou.
O presidente da CUT também rejeitou as especulações
sobre a possibilidade de algum dirigente ligado à entidade de ocupar o
Ministério do Trabalho em substituição ao ex-ministro Carlos Lupi.
"Todo ministro tem de ter uma atitude republicana. Somos contra o
aparelhamento de qualquer ministério", afirmou.
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