O presidente da Câmara, deputado Marco Maia
(PT-RS), disse nesta quinta-feira que a Casa caminha para votar "nos
próximos dias" o projeto que considera crime dirigir depois de ingerir
qualquer quantidade de bebida alcoólica.
Aprovado no Senado no final do ano passado, o
projeto também acaba com a obrigatoriedade do teste do bafômetro para comprovar
a embriaguez do motorista. Na prática, o texto institui a política do
"álcool zero" para os motoristas brasileiros e aumenta as penas para
quem for flagrado dirigindo alcoolizado.
O projeto estabelece que, além do bafômetro, valem
como prova de embriaguez do motorista "prova testemunhal, imagens, vídeos
ou a produção de quaisquer outras provas em direito admitidas".
"É um processo que já está em debate na
Câmara, há acordo tabulado entre todos os envolvidos, o que nos permite dizer
que a votação deve acontecer em breve na Câmara. A decisão do STJ só nos
demonstra a necessidade de votar com mais agilidade e rapidez a lei porque vai
orientar as próximas e futuras decisões que vão ser tomadas com os tribunais em
relação a esta matéria", disse Marco Maia.
Ontem, o STJ decidiu que somente o bafômetro e o
exame de sangue podem atestar a embriaguez do motorista e excluiu provas
testemunhais ou exame médico. Com isso, a Lei Seca fica esvaziada, uma vez que
o motorista não é obrigado a produzir provas contra si e pode recusar os exames
aceitos pelo STJ. Assim, a comprovação de embriaguez pode ficar inviabilizada.
Segundo Maia, a ideia é aprovar o projeto que já
passou no Senado por reunir várias matérias que tramitam na Câmara sobre o
tema.
O deputado disse não ser contraditório para a
Câmara querer endurecer a Lei Seca e, ao mesmo tempo, liberar a venda de bebidas alcoólicas nos
estádios de futebol na Copa do Mundo de 2014.
"Mesmo nos estádios onde for permitido a
ingestão de bebida, o cidadão que bebeu no estádio e saiu para dirigir tem que
ser punido. A regra deve valer para todos. Bebeu e dirigiu é crime e deve ser
punido com rigor." folha.com
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