O relatório apresentado pelo Tribunal de Contas do
Paraná - acompanhado da suspensão do repasse de recursos estaduais para as
obras da Arena - joga um pouco de luz na turva operação Copa 2014 em Curitiba.
O curioso é que nada do que foi apontado é novidade. A falta de clareza quanto
ao cronograma das obras e à divisão de custos tem sido apontada há meses na
imprensa. A elas se somam questões técnicas apontadas pelo TC. Os acordos, em
regra, foram malfeitos e falta transparência, duas pré-condições para a corrupção
e mal uso de dinheiro público.
A intervenção do Tribunal diz muito sobre como o
Mundial tem sido maltratado pelos políticos paranaenses, que deveriam zelar
pela correção da operação Copa no estado, bancada principalmente com dinheiro público.
O descaso vem de muito tempo, desde o início do processo de indicação do
estado. Roberto Requião evitou o quanto pôde se envolver com a Copa. Só entrou
na jogada quando era inevitável e ficou claro que o prejuízo político causado
pela sua omissão seria considerável. Ainda assim, limitou-se a beijar a mão de
Ricardo Teixeira e deixar-se fotografar enquanto tentava pateticamente vestir
uma camisa da seleção alguns números menor que o seu corpanzil.
O governo mudou e o modus operandi seguiu
exatamente o mesmo. Beto Richa e Luciano Ducci se envolveram com a Copa o
mínimo possível, de preferência sempre que houvesse um bom número de câmeras ao
seu redor, vide a histórica (no mal sentido) foto deles ao lado de Petraglia,
na Arena, vestindo capacetes para o início simbólico dessas obras que estão a
ponto de serem paralisadas. No legislativo o comportamento foi o mesmo, sempre
movido por interesses políticos e clubísticos - lembram do vídeo de Mário Celso
Cunha na reunião do Conselho Deliberativo do Atlético? Quando não convinha
politicamente, a Copa no Paraná (sem trocadilho clubístico) foi conduzida nas
coxas. Agora, a bomba estourou.
Tudo isso criou as condições para que a Copa no
Paraná se tornasse um empreendimento particular com patrocínio master do poder
público. Hoje, o Mundial no estado é principalmente um evento do Atlético com
financiamento público. E antes que comece o apedrejamento, é do Atlético porque
o clube se empenhou para receber o torneio em seu estádio. Fosse de Coritiba,
Paraná ou do Corinthians Paranaense, a cobrança seria a mesma.
Não é uma
questão de clube, é uma questão de uso de dinheiro público, algo que está bem
acima do futebol e deve ser tratado com muito mais seriedade e zelo do que uma
Copa do Mundo.Gazeta do Povo.
Por Tutuca,
Éh! Esse negócio de Copa do Mundo é um coisa meio
estranha mesmo.
Vejam esse texto de Tiago Recchia da Gazeta do Povo.
“A verdade é que Curitiba nem era para estar
dentro da Copa brasileira. Isso só aconteceu porque a Baixada foi apresentada
aos morubixabas da Fifa, em meados de 2008, como exemplo a ser seguido por todo
o país como estádio moderno. Na verdade o mais moderno da América Latina, ultrapassando
em qualidade inclusive os estádios que sediaram a Copa dos EUA.”
Voltei...
Não há dúvidas quanto a beleza e a modernidade do estádio
do Atlético. A pergunta que fica é; Por
que então esse estádio , ontem um dos mais modernos da América Latina,se
encontra “hoje”(conforme as fotos), praticamente desfigurado e dependendo de alto investimento de
dinheiro público para a sua conclusão?
Segundo
consta,essa (praticamente) reconstrução da Arena, vai custar aos cofres
públicos algo em torno dos 200 milhões de reais.
O raciocínio é óbvio. Para um estádio como dizem, referência na America Latina, e que corportará dois jogos de pouqúissima expressão na Copa, creio eu que uns 10% do que está sendo investido hoje, bastaria para deixar a praça esportiva do Atlético apta para os jogos do evento.
Imaginem então, o que está rolando nesse Brasilsão afora.
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