A ex-senadora Marina Silva (sem partido) participou em São Paulo do lançamento de carta aberta contra a política ambiental do
governo federal. De acordo com o texto, assinado por dez organizações não
governamentais, "o primeiro ano do governo da presidente Dilma Rousseff
foi marcado pelo maior retrocesso da agenda socioambiental desde o final da
ditadura militar".
A presidente,
segundo os signatários, inverteu "uma tendência de aprimoramento da agenda
de desenvolvimento sustentável que vinha sendo implementada ao longo de todos
os governos desde 1988". Dilma estaria contrariando compromissos assumidos
na campanha presidencial - entre eles o de recusar artigos no texto do Código
Florestal que resultassem em anistia a desmatadores ilegais.
O governo
poderia ter mobilizado sua base parlamentar para conter os retrocessos na
mudança do Código Florestal, em discussão no Congresso, de acordo com a carta.
Também são apontados como sinais de retrocesso a redução das unidades de
conservação e do poder de fiscalização do Ibama, atropelos nos processos de
licenciamento ambiental e enfraquecimento do Ministério do Meio Ambiente.
"É a
primeira vez que 100% das demandas do atraso vêm sendo contempladas",
disse Marina em entrevista após o anúncio da carta, referindo-se a concessões
do governo.
Na avaliação da ex-senadora, o Brasil precisa
de dirigentes que tenham visão estratégica e não apenas gerencial.
No período
em que chefiou o Ministério do Meio Ambiente, no governo de Luiz Inácio Lula da
Silva, Marina teve frequentes desentendimentos com Dilma Rousseff, então ministra-chefe
da Casa Civil. Na eleição presidencial de 2010, a ex-senadora ficou em terceiro
lugar, com quase 20 milhões de votos, defendendo sobretudo propostas de
desenvolvimento sustentável.
Marina
participou do evento como representante do Instituto Democracia e
Sustentabilidade (IDS), do qual é diretora. O documento também foi assinado
pela Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Socioambiental e outras sete
organizações.
Marina e a usina de Belo Monte.
Para ela, a mega usina hidrelétrica, que terá mais de 11 mil MW
(megawatts) de capacidade instalada, não tem viabilidade econômica e
social. Marina frisou que o setor público sustenta o projeto, diante da
falta de interesse de agentes privados.
UOL.
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