Do Blog do Josias
O presidente da CUT, Artur Henrique, se insurgiu contra a decisão do governo de privatizar os aeroportos de Brasília, Viracopos e Guarulhos.
Tachou de criminoso o modelo que concede à iniciativa privada a exploração de aeroportos lucrativos e mantém sob os cuidados da Infraero os deficitários.
Disse não ver problemas na atração de investimentos privados para ampliar e melhorar aeroportos.
Porém, “privatizar o que já está pronto, e dando lucro, é crime”, acrescentou o mandachuva da CUT, braço sindical do PT.
As palavras de Artur Henrique soaram numa assembléia realizada no aeroporto de Brasília pelo SINA (Sindicato Nacional dos Aeroportuários).
Filiado à CUT, o sindicato aprovou um “indicativo de greve” contra a privatização dos aeroportos. A data da paralisação não foi marcada.
A ameaça de parar os aeroportos foi aprovada também pelos trabalhadores de Guarulhos e Campinas (Viracopos).
A assembléia de Brasília foi prestigiada por aeroportuários de Alagoas, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
No dizer de Artur Henrique, a “luta para barrar a privatização” não é apenas dos aeroportuários, mas de “toda a sociedade”.
O movimento antiprivatização chega misturado a uma pauta de reivindicações trabalhistas. Pede-se reajuste do piso salarial e revisão do plano de carreira.
Presidente do SINA, Francisco Lemos disse que a Infraero, estatal que gere os aeroportos, ainda não apresentou uma proposta “decente”.
Ecoando o presidente da CUT, Lemos o deixou claro que, além da defesa da categoria, deseja proteger a Infraero dos planos privatistas do governo.
No melhor estilo petê, Francisco Lemos cuidou de injetar a imprensa no seu palanfrório:
“Amparados por uma mídia privatista –que desqualifica as empresas com vistas à privatização–…”
“…Querem entregar ao empresariado apenas aeroportos lucrativos. E como ficam os demais aeroportos?”.
Curioso o equilibrismo verbal do sindicalista. Para não mencionar o nome de Dilma, socorre-se do sujeito indeterminado –“Querem entregar”.
A presidente da República vê-se em situação peculiar. Sob ironias, os oposicionistas PSDB e DEM apóiam gostosamente a privatização dos aeroportos.
O sindicalismo ligado ao PT, que foi às ruas por Dilma, ameaça paralisar os aeroportos para deter os planos do governo dela.
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