Os números
da reforma agrária no primeiro ano de governo da presidente Dilma Rousseff,
divulgados nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, causaram
irritação entre os deputados do Núcleo Agrário do PT. Eles vão se encontrar nos
próximos dias com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, para
discutir o assunto e, sobretudo, reclamar do baixo índice de famílias
assentadas.
Segundo o Incra, foram realizados 20.021 assentamentos em 2011 - o
mais baixo índice registrado nos últimos 16 anos.
“É preciso
mudar esse quadro. Queremos que o governo dê prioridade à reforma agrária”,
disse o coordenador do Núcleo, Valmir Assunção (BA). Ele acredita que
todos os 14 deputados integrantes do núcleo vão participar do encontro.
Assunção
também disse que os parlamentares desejam discutir o conceito de reforma
agrária defendido pelo atual governo, que enfatiza a recuperação e o apoio
técnico aos assentamentos existentes - para que se tornem mais produtivos e
possibilitem a geração de renda para as famílias assentadas.
“Só existe reforma
agrária se houver redistribuição de terra. Essa é a principal demanda. As
outras questões devem ser resolvidas por meios das políticas sociais que já são
desenvolvidas pelo governo federal, como o programa Minha Casa Minha Vida”,
disse Assunção.
Resultados
O
parlamentar explicou que os integrantes do núcleo preferiram discutir o tema na
Casa Civil, em vez de irem ao Ministério do Desenvolvimento Agrário ou ao
Incra, por acreditarem que isso dará mais resultados. “Achamos melhor conversar
diretamente com a ministra que coordena os programas de governo”, afirmou.
Além dos
números, que indicam queda no volume de assentamentos, os parlamentares
petistas mais simpáticos à causa dos sem-terra e da agricultura familiar, não
gostaram das explicações do presidente do Incra, Celso Lisboa Lacerda, “Ele
disse que um dos fatores que explicam esse resultado é a queda na demanda por
lotes de terra. Mas não é isso que está ocorrendo. Só na Bahia existem mais de
25 mil famílias acampadas, debaixo da lona preta à espera de assentamento”,
afirmou.
Na avaliação
do deputado baiano, o que diminuiu foi a capacidade do Incra para assentar. O Estado de S. Paulo.
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